terça-feira, 23 de março de 2010

Cerca de cinco mil param por redução de jornada em Sorocaba

Cerca de cinco mil trabalhadores participaram na manhã desta terça-feira (23/3) de um ato, em Sorocaba, em defesa da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Organizada pela subsede da CUT, a manifestação contou ainda com a presença do deputado estadual Hamilton Pereira (PT), do presidente do PT de Sorocaba, José Carlos Triniti Fernandes, e dos vereadores Izidio de Brito Correia e Francisco França.

A redução da jornada de trabalho no Brasil, segundo estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Econômicos), pode gerar até 2,5 milhões de novos empregos. A informação foi reforçada nos discursos das lideranças sindicais e políticas. "Além desse número, que é extremamente positivo para a classe trabalhadora, a redução da jornada vai dar mais tempo para o trabalhador se qualificar e conviver com sua família", afirma Evanildo Amancio, coordenador da CUT na região.

A possibilidade de qualificação também foi reforçada por Hamilton Pereira que lembrou ser autor de emenda orçamentária que garantiu recursos para instalação de um campus da Unesp em Sorocaba. O deputado também falou da instalação do campus da Ufscar pelo Governo Lula e da luta encampada pelo Partido dos Trabalhadores de Sorocaba para trazer unidades da Escola Técnica Federal para o município. A importância da luta sindical em conquistas importantes da história da democracia no Brasil também foram resgatadas por Hamilton, como a luta pelas Diretas Já e pelo impeachment de Collor.

Triniti ressaltou a importância da redução da jornada de trabalho para a geração de mais empregos e lembrou que durante o Governo Lula já foram gerados 12 milhões de empregos. Izidio de Brito e Francisco França lembraram a mobilização dos trabalhadores, em 1984, para redução da jornada de trabalho de 48 horas para 44 horas. "Foram 50 dias de mobilizações e a redução só veio se tornar lei em 1988", afirmou Izidio. "Vamos ter que nos mobilizar muito para reduzir novamente a jornada, inclusive, porque há muita gente no Congresso Nacional apontando a caneta para a redução dos direitos trabalhistas", disse França.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Ademilson Terto, afirmou que empresários trabalham pela não-redução, alegando aumento no custo da produção. "Mas esse argumento não se sustenta, pois estudos mostram que esse aumento de custo é pouco maior do que 1%. Isso não é nada levando em conta o que a indústria cresceu e faturou nos últimos anos", afirmou Terto.

A inclusão dos direitos da mulher trabalhadora também foram incluídas no debate, principalmente, através da fala da presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria do Vestuário de Sorocaba e Região, Márcia Viana. A problemática de trabalhadoras de empresas terceirizadas também foi lembrada. Estiveram representados no Ato, os Sindicatos dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, de Itu e Salto, além dos Sindicatos dos Condutores de Sorocaba e Região, da Construção Civil de Salto, do Papel e Papelão e da Federação do Metalúrgicos do Estado de São Paulo.

PT Sorocaba

Notícias CNM/CUT