Hoje (21/08), segundo editorial do jornal Cruzeiro do Sul, é “o dia em que o PT acabou”. Mais uma das sucessivas “mortes anunciadas” -- estabelecidas por editorialistas da grande mídia brasileira, especialista em distribuir lições éticas que não segue -- a que o partido é submetido desde que, rompendo a tradição histórica dos acordos por cima, foi fundado, no início dos anos 80, por sindicalistas, militantes de movimentos sociais, integrantes das comunidades eclesiais de base e intelectuais críticos.
A história real, no entanto, tem sido outra. Nestes 30 anos, o PT cresceu e enraizou-se no imaginário popular como a alternativa política adequada à necessária mudança no padrão secular de exclusão social e concentração de renda vigente no Brasil praticamente desde o descobrimento. E transformou-se, neste curto espaço de tempo, no maior partido brasileiro.
O PT está à frente, hoje, de um governo que orgulha a nação, ao provar na prática a sua tese de que é possível e necessário conciliar crescimento econômico com distribuição de renda e combate à miséria. E não são só os petistas ou os quase 70% da população brasileira que consideram o Governo Lula bom ou ótimo que afirmam isso. São intelectuais, governantes e a opinião pública internacional. O Brasil foi elevado, hoje, a global player no cenário mundial.
O editorial em tela repete, também, a velha estratégia. Quem era demonizado por seu “radicalismo”, ao abandonar o partido, passa a ser exemplo de coerência e coragem. Foi assim no colégio eleitoral, quando o PT decidiu não trair o movimento Diretas Já e recusou-se a participar; aconteceu na chamada crise do “mensalão”; e nas saídas, individuais ou em pequenos grupos, do partido. Quem fica no PT, no entanto, submeteu-se, dobrou-se, perdeu a velha capacidade de indignação.
Há, efetivamente, uma crise no Senado. Ela, no entanto, é uma crise na estrutura da democracia representativa brasileira, que não vai se resolver pela fulanização do debate. O que o país necessita, com urgência, é de uma profunda reforma política, capaz, ela sim, de romper com séculos de coronelismo, novo ou velho, e da existência de “donos da cidade”, quer manifestem-se no Maranhão ou em Sorocaba. Este é o debate que queremos fazer.
Paulo Henrique Soranz - Presidente do DM PT Sorocaba
José Carlos Trini Fernandes - Secretário de Comunicação do DM PT Sorocaba