Nos sites dos principais jornais de Sorocaba é quase unânime a indignação das pessoas que comentam as matérias referentes à prisão dos Secretários Maurício Biazotto e José Dias Batista Ferrari, por “suposto” envolvimento em esquema de cobrança de propina na Prefeitura de Sorocaba. Já o prefeito Vitor Lippi (PSDB), em entrevista a rádios locais na manhã desta quarta-feira (14/10), classificou o caso como um “problema pequeno”.
Os Secretários tiveram seus nomes envolvidos na Operação Pandora, da Polícia Civil, que há 1,5 anos investiga esquema de cobrança de propinas para legalização de postos de gasolina, em Sorocaba. A operação já havia prendido, em 28/9, a empresária e ex-presidente do Sincopetro, Ivanilde Vieira Serebrenic, liberada após três dias com o benefício da delação premiada, que acabou levando à prisão dos Secretários.
Ferrari foi o oitavo Secretário de Lippi a cair em pouco mais de nove meses de governo. Biazotto já ocupou espaço no noticiário local por adquirir um veículo, a preço de custo, da montadora da Toyota, durante os trâmites para instalação de uma unidade da empresa em Sorocaba. Daniel de Jesus Leite, por sua vez, foi pego por isentar de impostos a empresa do pai, além de ser o principal articulador para a instalação de um escritório de Sorocaba na China, representado naquele país por um lobista envolvido com uma empresa inoperante, instalada em Santo André.
Por pedofilia, também encontra-se preso desde o aniversário de Sorocaba (15/8), o ex-secretário de Administração, Januário Renna, preso num motel com três adolescentes. Em depoimento na Câmara Municipal ontem (13/10), o líder do Governo, vereador Paulo Mendes (PSDB), reconheceu que Renna tem recebido visitas no Centro de Detenção Provisória de Sorocaba (CDP), de ocupantes de altos cargos da Prefeitura, fora do horário normal de visitas.
Uma declaração do deputado federal Antonio Carlos Pannunzio (PSDB) à Rádio Cruzeiro do Sul em 5/10 também causou polêmica no cenário político de Sorocaba. O deputado, ex-prefeito de Sorocaba, afirmou: “eu não aceito essa de que a corrupção em Sorocaba não começou no Governo Vitor Lippi”.
Indignação e Novas Denúncias
As manifestações populares nos jornais da cidade demonstram não só indignação como trazem novas denúncias. Indignado, o leitor do jornal Cruzeiro do Sul, Fernando Goulart, defende: “nosso repúdio e resposta devem vir da maneira mais democrática possível, através das urnas".
Outro leitor do Cruzeiro do Sul, Rubens Bartolomeu, afirma que “se alguma providencia não for tomada bem rápido, a prefeitura de Sorocaba será administrada de dentro da cadeia”. Já o leitor do Bom Dia Sorocaba, Antonio F., incomoda-se com o posicionamento do prefeito e afirma “o que não dá para entender é a passividade, a falta de ação de Vitor Lippi em tomar as rédeas e se antecipar aos desdobramentos do caso, é como se ele estivesse anestesiado ou tomado de algum torpor".
Uma denúncia vem por parte do leitor do Cruzeiro do Sul, Alex de Oliveira, que sugere que todas as secretarias sejam investigadas, em especial, a Secretaria de Cultura, nas concessões de alvarás para eventos musicais. “Os alvarás ilícitos destas secretarias não são fato isolado, portanto, é muito provável que a corrupção generalizou-se para as demais secretarias e, pertinentemente, na concessão de alvarás”, afirma.
Também tem ganhado força entre a população a necessidade de se instalar uma CPI na Câmara Municipal para acompanhar os casos de corrupção. O pedido da CPI tem sido articulado pelo Partido dos Trabalhadores e já tem cinco, das sete assinaturas necessárias para que seja instalada.
PT Sorocaba