Nos últimos dias França recebeu ao menos cinco denúncias por telefone e por e-mails, as quais apontam o suposto esquema. O gabinete do vereador recebeu, também, uma carta anônima, supostamente enviada por funcionários da própria Secretaria de Cultura, que se autodenominam os ‘trouxas’ da Secult. Eles estariam fora do esquema.
Na carta, os denunciantes dizem que trabalham duro, "inclusive nos fins de semana, à noite, na maioria das vezes sem hora extra... já os que estão no esquema estão todos de carro novo", reclama um trecho do texto.
A carta denuncia que o esquema é liderado por uma pessoa apelidada de cabeção. O rombo, só neste ano, seria de aproximadamente R$ 300 mil.
Como titular da Secult, Ânderson Santos, ao saber de rumores sobre sua pasta, ligou para o gabinete do vereador França e colocou sua secretaria a disposição para prestar informações ao vereador.
"Não estamos aqui para fazer pré-julgamento de ninguém, mas estamos para fiscalizar. Essa é uma das nossas funções, por isso vamos fazer esses questionamentos de forma oficial", adianta França.
Entre os questionamentos, o vereador vai cobrar informações sobre a troca do piso do palco e do sistema de som do teatro municipal Teotônio Vilela, os gastos com o Carnaval no Parque das Águas e a reforma parcial do prédio da Secult.
Com essas novas denúncias, a bancada do PT na Câmara quer, também, incluir a Secult na pauta da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que o partido tenta instalar para apurar um suposto esquema de corrupção nas secretarias de Habitação e de Governo. Na semana passada indícios de corrupção nessas duas pastas levaram seus respectivos secretários, José Dias Batista Ferrari e Maurício Biazotto, a serem detidos para prestarem depoimentos à Polícia Civil.
Além do requerimento na Câmara, França deverá apresentar denúncia ao Ministério Público de Sorocaba para que abra procedimentos investigatórios sobre as denúncias. De acordo com a assessoria do vereador, reclamações de favorecimento na Secult foram feitas no gabinete de França por pelo menos cinco empresas das áreas de cultura e entretenimento, que se sentiram prejudicadas pelo suposto esquema.
Folha Metalúrgica