quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Apesar de manifestação, reintegração deve acontecer nesta 5ª feira

A reintegração de posse de seis casas no jardim Santo André II deve acontecer no início da manhã desta quinta-feira (19). O despejo foi confirmado pelo advogado da Ramirez Diesel Ltda, empresa proprietária do terreno invadido há 12 anos, e pela Prefeitura, que enviará assistentes sociais ao local que abriga mais de 300 famílias.

Durante todo o dia de hoje (18), cerca de 50 moradores se posicionaram em frente à concessionária do empresário Luiz Calvo Ramires, loja especializada em automóveis da marca Toyota, com o objetivo de reivindicar um acordo com relação à reintegração. A loja situada na avenida Dom Aguirre, permaneceu fechada durante todo o dia.

Os moradores saíram por volta das 8h em passeata de frente do Mosteiro de São Bento em direção à concessionária. O trajeto, ladeado por dois carros da Polícia Militar e uma viatura da Urbes - Trânsito e Transportes, foi liderado pelo vereador Izídio de Brito (PT) com o apoio de um caminhão de som do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região.
Nas faixas e cartazes, os populares criticavam a posição de Ramires, de “tirar’ o povo das casas e, tanto nos cartazes como nos discursos, referência à Toyota - empresa em eminência de se implantar na cidade. “O povo na rua, Toyota a culpa é sua”, era lido em vários cartazes.

“Se precisar, passaremos a noite”, falou Izídio, ao discursar em frente ao estabelecimento, enquanto os manifestantes protestavam. Dentro, o clima era de apreensão por parte dos funcionários. Por volta das 12h, à pedido da empresa, os manifestantes retiraram o caminhão de som da calçada mas continuaram no local.

Representantes do grupo foram recebidos à tarde pelo vice-prefeito e secretário de Governo e Planejamento, José Ailton Ribeiro. Segundo informou o vereador Izídio de Britto (PT), que acompanhou o encontro, o prefeito chegou a telefonar para o advogado Hélio Teixeira Calado Junior, pedindo um prazo de seis meses, mas não chegaram a um acordo.

Conforme o vereador, os manifestantes devem se organizar em vigília e resistir à desapropriação, embora a Prefeitura recomende cautela, para evitar conflito e violência. A Prefeitura ainda se colocou à disposição para encaminhar as famílias aos abrigos provisórios, pois segundo a Secretaria de Governo e Planejamento (SGP), trata-se de uma decisão judicial, portanto o Governo Municipal não tem como impedir.

Jornal Cruzeiro do Sul

Notícias CNM/CUT