sexta-feira, 14 de maio de 2010

Lippi sofre dupla derrota no Legislativo

"Briga' entre oposição e situação termina pior para o lado do prefeito, com o adiamento da votação dos dois projetos
Uma disputa entre a bancada de oposição e o vice-líder do governo resultou em dupla derrota do prefeito Vitor Lippi (PSDB), ontem na Câmara de Sorocaba. A oposição, formada pelos vereadores petistas Francisco França e Izídio de Brito, além do democrata Caldini Crespo, articularam-se e obstruíram a votação do projeto de reforma administrativa do da Prefeitura.
Irritado com isso, o vice-líder do governo, o vereador José Francisco Martinez (PSDB), enquanto integrante da Comissão de Finanças, não deu o parecer ao projeto que cria o "Aluguel Social", que visa conceder benefício de R$ 382,50 às 900 famílias que moram em áreas de risco.
O argumento é de que de não iria privilegiar um pedido do PT, porém, esqueceu que a proposta é do Executivo e foi, inclusive, amplamente divulgada pelo próprio prefeito e integrantes de seu governo. Agora, ambas as propostas devem voltar ao plenário na terça-feira.
Diante disso tudo, as sessões extraordinárias de ontem, previstas para se estenderem por toda a tarde, não duraram 15 minutos. Até o secretário de Governo e Planejamento, Rodrigo Moreno, que chegou ao local minutos , foi surpreendido e, sem ação, retornou ao Paço, com o semblante fechado. "É lamentável. Tudo bem, querem obstruir. Votaremos na terça-feira. Não tem o menor problema", limitou-se.

Integrantes de comissões estratégicas no Legislativo, como Justiça; Orçamento, Finanças e Parcerias; e Obras, os três vereadores (França, Izídio e Crespo) pediram vistas ao projeto de reforma administrativa do Paço, sob a alegação que a medida foi encaminhada no "afogadilho" para votação em caráter emergencial na Câmara, o que teria inviabilizado análise mais aprofundada das medidas previstas. Para que um projeto entre em pauta para votação é necessário passar por análise das comissões permanentes e conter a assinatura dos três integrantes de cada uma delas.

A primeira tentativa de obstruir a votação aconteceu logo no início, quando Crespo questionou o presidente da Câmara, Marinho Marte (PPS), de que esse projeto não observava o prazo de 48 horas previsto no regimento interno para tramitação, antes de ser colocado para votação.
"Recebemos (cópias do projetos) por meio eletrônico às 17h de terça-feira. Levando-se em conta as 48 horas. Entendo que essa votação deverá ocorrer hoje às 17h", argumentou. "Quero salientar que houve uma convocação verbal, prevista no regimento interno", contra-argumentou Marinho.

Quando a proposta seria colocada em plenário, Crespo, da Comissão de Justiça, foi o primeiro a pedir "tempo regimental" de um dia, para análise. "Esse projeto chegou no afogadilho. Como vamos votar uma proposta ampla como esta sem uma análise mais aprofundada." Líder do PT e integrante da Comissão de Obras, França, foi na sequência: "Também quero vistas, senhor presidente". "Eu acompanho", emendou Izídio, da Comissão de Finanças, Izídio.

Martinez não escondeu a indignação, levantou-se da cadeira e atacou: "Já que não querem a reforma do prefeito, também não vão ter o Aluguel Social". "Como sou integrante da comissão de Finanças, não vou assinar o documento", continuou. A decisão pegou de surpresa o líder do prefeito, Paulo Mendes (PSDB) e o secretário Rodrigo Moreno, que ainda discutiam com outros vereadores sobre a reforma administrativa.

Com o prazo de 24 horas para que os representantes das comissões assinem os documentos e mais 48 horas para ser colocado em votação, Marinho definiu que a discussão dos projetos será retomada na terça-feira, também em sessões extras. Então Moreno, acompanhado do assessor especial do gabinete do prefeito, Carlos Laíno, deixaram o Legislativo, sem esconder a frustração.
Jornal Cruzeiro do Sul

Notícias CNM/CUT