terça-feira, 7 de julho de 2009

Audiência sobre coleta de recicláveis lota plenário da Câmara

Não peçam ajuda, peçam consciência". Com essa frase, dirigida aos catadores de materiais recicláveis que acompanhavam a audiência pública sobre coleta seletiva, realizada na Câmara Municipal de Sorocaba na última quinta-feira, dia 2, a representante da PUC-SP, Eliana de Paula, defendeu a aprovação do Projeto de Lei sobre o assunto, de autoria do vereador Izídio de Brito Correia (PT).

Eliana fez esse comentário após vários catadores terem utilizado a tribuna da Câmara para "pedir a ajuda" de todos os vereadores no sentido de votar pela aprovação do projeto (PL 196/2009).

"Com uma política municipal de coleta seletiva queremos estender o atendimento, gerar renda para os catadores e proporcionar benefícios econômicos e ambientais para a sociedade", afirma Izídio.

Aterro sanitário
A previsão de vida útil do aterro no Retiro São João é de apenas mais um ano e meio. Imagine se pudéssemos reciclar um terço dos materiais que hoje vão para o aterro. Por isso considero urgente a aprovação do projeto, que foi elaborado com a ajuda das próprias cooperativas", conclui o vereador.

Izídio estima que 1/3 do lixo recolhido em Sorocaba poderia ser reciclado. Como são recolhidas 380 toneladas por dia, 127 toneladas/dia poderiam deixar de ir para o aterro.

O projeto prevê que a prefeitura remunere as cooperativas de catadores com base no mesmo valor, por tonelada, que paga ahoje para a empresa Gomes Lourenço fazer a coleta convencional. Esse valor é de R$ 103,26 por tonelada recolhida e depositada no aterro.

Queda de preços
Hoje, apenas uma pequena parcela de Sorocaba conta com a coleta seletiva. A maior cooperativa da cidade, a Coreso (Cooperativa de Reciclagem de Sorocaba) estima que antes da crise conseguia cobrir quase 15% das residências.

Mas com a queda nos preços de recicláveis devido à crise internacional, houve perda de mão-de-obra, pois muitos catadores passaram a ter rendimento melhor "fazendo bicos" do que coletando materiais.

O presidente da Coreso, José Augusto Rodrigues de Moraes, conta que a cooperativa chegou a ter 140 catadores e coletar até 250 toneladas por mês. "Hoje temos 55 cooperados que coletam 85, 87 toneladas. Mas continuamos firmes na luta porque a gente quer vencer".

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