sexta-feira, 29 de maio de 2009

Editorial: Não tem desculpa

Todos sabem que as políticas sociais nunca foram o forte do PSDB. Construir casas populares, então, o que garante o mínimo de dignidade a um cidadão, é algo fora do cardápio político dos tucanos.
O único projeto habitacional de envergadura [em número de pessoas, claro, porque em condições de vida foi vergonhoso] que os tucanos fizeram em Sorocaba, nesses 13 anos de governo, foi a segregação de milhares de famílias no longínquo Habiteto.
Agora que o governo federal lançou um dos mais ousados e atraentes programas habitacionais da história do país, com a destinação R$34 bilhões para a construção de pelo menos 1 milhão de casas populares, o governo sorocabano começa a fazer corpo mole, a apontar "defeitos" e arrumar desculpas para não se integrar ao programa nacional.
Em entrevista ao jornal Cruzeiro do Sul, no último domingo, o secretário de desenvolvimento e de habitação da cidade, o engenheiro José Batista Dias Ferrari faz uma série de análises contraditórias para justificar um futuro fracasso do programa na cidade.
Primeiro ele diz que faltam informações. Diz que só tem dados da cartilha que está na internet.
Se não houver pressão, Sorocaba vai ficar de fora desse programa social, pois os tucanos, hóspedes de residenciais de luxo, estão se lixando pelas condições de moradia dos sorocabanos
Ora, como secretário Ferrari poderia, inclusive, marcar audiência com o ministro das Cidades, Márcio Fortes. Se bem que isso não é preciso. No último dia 18 o superintendente regional de negócios da Caixa Econômica Federal, Paulo Duarte de Freitas Lins, deu palestra no Sindicato e tirou todas as dúvidas.
Outra queixa infundada do secretário é a de que o dinheiro repassado pelo governo, R$46 mil, não dá para comprar uma área para se fazer um conjunto. Pergunta-se? A prefeitura não tem áreas reservadas para o seu próprio crescimento? Se não tem, senhor secretário, é uma falha grave das administrações tucanas. O Paço sabe que Sorocaba cresce a um ritmo acelerado de mais de 2% ao ano e que isso implica em planejamento habitacional.
Outra reclamação do secretário é sobre o não-reconhecimento de Sorocaba como região metropolitana pelo governo federal. Se houvesse esse reconhecimento, a verba pularia de 46 para 52 mil para cada casa.
Nesse caso Ferrari tem razão, o governo não reconhece mesmo Sorocaba como região metropolitana. Mas ele não deveria usar essa desculpa, afinal, Sorocaba não é região metropolitana por culpa dos próprios tucanos. Desde 2005 o deputado estadual Hamilton Pereira tenta aprovar o projeto de lei complementar 33/2005, que cria a região metropolitana de Sorocaba e engloba 17 municípios. A Comissão de Assuntos Municipais da Assembléia encaminhou ofício em dezembro de 2006 à Secretaria Estadual de Economia e Planejamento para que a mesma se manifestasse tecnicamente sobre projeto, mas até agora a secretaria não se manifestou.
Os vereadores, a população, sindicatos e demais entidades de classes com preocupação social precisam se mobilizar e forçar o governo Lippi. Ele precisa se empenhar em construir moradias para seu povo. Se não houver pressão, Sorocaba vai ficar de fora desse programa social, pois os tucanos, hóspedes e moradores de residenciais de luxo, estão se lixando pelas condições de moradia dos sorocabanos.

Notícias CNM/CUT