quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sorocaba abre calendário de atividades no Dia Nacional da Luta Antimanicomial

Cerca de 100 manifestantes compareceram ao ato público em comemoração ao Dia Nacional da Luta Antimanicomial na Praça Coronel Fernando Prestes, na tarde da última segunda-feira (18). Com cartazes e faixas em mãos, ao som de apitos e panelaços, alunos da PUC de São Paulo e da Universidade de Araras, psicólogos e estudantes de Sorocaba reivindicavam o fechamento dos manicômios a favor de um tratamento sem internação e com o paciente junto à família.

A cidade de Sorocaba foi escolhida para abrir o calendário de atividades por reunir o maior número de leitos em todo o Estado. A manifestação foi organizada pelo Sindicato dos Psicólogos de Sorocaba e Região, pelo Conselho Regional de Psicologia-SP, pelo vereador de Sorocaba, Izídio de Brito Correia, professores universitários, trabalhadores dos hospitais psiquiátricos e representantes da sociedade civil organizada.

Audiência Pública
Após o manifesto, por volta das 19h, aconteceu uma audiência pública na Câmara Municipal de Sorocaba, a pedido do vereador Izídio de Brito Correia (PT). A atividade contou com a presença de mais de 150 pessoas.

Compuseram a mesa, conduzida pelo vereador, o diretor do Sindicato dos Psicólogos do Estado de São Paulo, Fábio de Souza Santos, a vice-presidente do Conselho Regional de Psicologia, Maria Ermínia Ciliberti, o representante da Comissão Intersetorial de Saúde Mental do Conselho Nacional de Saúde, Arnaldo Marcolino, a integrante da Comissão Técnica de Saúde Mental do Estado de São Paulo e familiar de usuário, Maria da Conceição Silva e o representante da Secretaria Municipal de Saúde de Sorocaba, Dr. Henrique Antonio Imthurn.

“Em Sorocaba, o descaso por parte do município com a saúde mental é tão grande, que a gestão dos Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) são administradas pelos hospitais psiquiátricos, não pelo poder público municipal”, criticou o psicólogo Lúcio Costa, que participou da audiência representando o Deputado Federal Ricardo Berzoini. Lúcio também questionou a exclusão e o preconceito social que são causados devido a internações e cobrou soluções, “pois necessitamos evoluir com urgência”, concluiu.

Para o presidente do Sindicato dos Médicos de Sorocaba e região, Antônio Ismael, o problema da saúde psiquiátrica é a falta de uma definição de critérios rígidos da Prefeitura, além da falta de investimentos na questão. “O que temos que fazer é manter-se em defesa da saúde pública e ficar em cima, atrás de verbas”, assegurou Ismael.

O diretor do Sindicato dos Psicólogos de São Paulo, Fábio de Souza Santos exaltou que o importante é não deixar de lutar por um tratamento com o paciente tendo sua vida social e familiar normalizada ”pois isso traz sim benefícios à saúde metal”.

Henrique Imthurn ressaltou o compromisso da Prefeitura em melhorar os serviços no setor, porém apontou o excesso de usuários que vieram de outras cidades como um fator preocupante. “Não nos cabe mandar os pacientes para as suas casas”, destacou. “Temos coisas ruins aqui em Sorocaba, mas também existem coisas muito piores por ai”, exaltou o representante.

O vereador Izídio encerrou a audiência parabenizando a todos os presentes e colaboradores e se comprometeu a ajudar nas demandas da causa.

A audiência pública contou com a participação de representantes do Conselho Nacional de Saúde, das Secretarias Estadual e Municipal de Saúde, do Conselho Regional de Psicologia – SP, da Associação dos Familiares de Portadores de Transtornos Mentais de Sorocaba, da assessoria do Deputado Estadual Hamilton Pereira (PT), da assessoria do vereador Francisco França (PT), de universitários de São Paulo, Sorocaba e região, psicólogos e de autoridades e representantes.
Fotos: AI Deputado Hamilton Pereira e Câmara Municipal de Sorocaba

Notícias CNM/CUT