sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

PT quer CPI da Corrupção em Sorocaba

Prefeitura tucana teve dois secretários indiciados por cobrança de propinas


A bancada do Partido dos Trabalhadores na Câmara Municipal de Sorocaba, composta pelos vereadores Francisco França (líder) e Izídio de Brito Correia vai entrar com o pedido de criação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar os casos de corrupção na cidade – governada pelo tucano Vitor Lippi, em especial aquele tratado pela Operação Pandora. Os dois parlamentares vão buscar as assinaturas dos outros vereadores a partir da próxima segunda-feira (29/02).

Ontem (25), os ex-secretários municipais Mauricio Biazotto Corte e José Dias Batista Ferrari, além da empresária Ivanilde Vieira, ex-presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo – que durante a campanha eleitoral de 2008 presidia o PSC sorocabano, partido que integrou a coligação do prefeito Vitor Lippi (PSDB) –, e outras cinco pessoas foram indiciados por corrupção e formação de quadrilha.

O grupo atuava na Prefeitura de Sorocaba cobrando propinas para a liberação de alvarás de funcionamento de postos de combustíveis. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público, podem ter sido desviados mais de um milhão de reais.

Histórico
Diante da denúncia de envolvimento dos secretários municipais no esquema de corrupção, no dia 29 de setembro do ano passado, o vereador Francisco França anunciou o pedido de criação de uma CPI pela bancada petista, composta ainda pelo vereador Izídio de Brito Correia com o objetivo de apurar os indícios de corrupção no Paço Municipal e, assim dar uma resposta à população que estava assustada com os acontecimentos.

Porém, das sete assinaturas necessárias para instauração da CPI, a bancada petista conseguiu apenas cinco, além de França e Izídio, apenas José Crespo (DEM), Marinho Marte (PPS) e Antônio Carlos Silvano (PMDB) assinaram o documento. Os demais parlamentares, todos da base aliada do prefeito Vitor Lippi não aderiram à abertura da CPI.

Pressionado pelos acontecimentos, Lippi anunciou uma sindicância para investigar os procedimentos internos na administração quanto à liberação de alvarás de funcionamento, inclusive com acompanhamento de entidades representantes da sociedade civil, como: Câmara Municipal de Sorocaba; Ordem dos Advogados do Brasil (AOB Sorocaba); Associação Sorocabana de Imprensa (ASI) e Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Estado de São Paulo (CREA).

Atitude que a bancada petista considerou uma verdadeira "cortina de fumaça" para enfraquecer a CPI e proteger o chefe do executivo e seus secretários.

No final de dezembro de 2009, a prefeitura municipal concluiu que não houve fatos que desabonassem os procedimentos internos dos membros do governo municipal em relação à entrega de documentos e cumprimento de prazos nos processos abertos para aprovação de projetos de implantação de postos de combustíveis.

No dia 8 de fevereiro, o vereador Francisco França protocolou requerimento solicitando cópia de todo processo de sindicância ao governo municipal. Documentação que deverá ser entregue ao vereador na próxima semana, quando vence o prazo para resposta.

Notícias CNM/CUT