O presidente do partido, o ex-secretário de Desenvolvimento Econômico, Luís Christiano Leite, argumenta que a queda se deve a um recadastramento realizado no ano passado. Entretanto, para o doutor em Ciências Políticas e diretor da Faculdade de Ciências Sociais da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de Campinas, Pedro Rocha Lemos, há uma “descrença e um descontentamento” dos eleitores na política, pois os números demostram que a maioria dos partidos perderam filiados. Sorocaba é o 9.º colégio eleitoral do Estado, com 385.073 eleitores. Desse total, cerca de 4% estão filiados a partidos políticos e, consequentemente, aptos a se candidatar nas eleições deste ano. Em números reais, isso significa que desse total, o município conta, atualmente, com 15.188 pessoas ligadas a um partido político, mas em dezembro de 2008 o número de filiados era de 17.560.
Em todo o país, são atualmente 11,97 milhões pessoas filiadas a partidos políticos, aproximadamente 9% dos eleitores brasileiros. O levantamento divulgado pelo TRE traz a totalização das listas enviadas pelos partidos aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) de todo o país para, sobretudo, que os interessados em disputar cargos nas eleições de outubro deste ano se filiassem a um partido político e registrassem domicílio eleitoral nas cidades onde pretendem se candidatar.
Pelos dados do Tribunal, o PSDB, que até dezembro de 2008 era a segunda maior legenda em Sorocaba em número de filiados: contava com 2.927 filiados. Um ano depois, passou a contar com 548. Luís Leite, minimizou a debandada de filiados. Disse que o partido não perdeu filiados. “Não perdeu nenhum filiado. O partido fez um recadastramento por orientação do Diretório Municipal do PSDB. Nosso partido está em Sorocaba há 19 anos e desde então nunca passou por um recadastramento”, argumentou.
Porém, quando questionado por qual motivo da queda tão acentuada e se essa baixa não o surpreendia, Luís Leite, voltou a ponderar: “Eu considero que há um problema quando um partido tem muitos filiados, mas com poucos que realmente militam. Havia pessoa que a gente nem tinha mais contato, que se mudaram; morreram... Não adianta querer grande quantidade e sim qualidade. O importante é saber o porcentual de filiados que milita a favor do partido; que participa das reuniões”.
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Outros partidos
O segundo partido a perder mais filiados foi o PP, do vereador Anselmo Neto, com redução de 56 filiados, passando a contar com 584. Já o PMDB foi o terceiro a perder filiados. Presidido pelo ex-vereador Oswaldo Duarte Filho, a sigla teve redução de 56 filiados. Mesmo assim, continua sendo o maior em número de militantes com 3.450.
O segundo partido a perder mais filiados foi o PP, do vereador Anselmo Neto, com redução de 56 filiados, passando a contar com 584. Já o PMDB foi o terceiro a perder filiados. Presidido pelo ex-vereador Oswaldo Duarte Filho, a sigla teve redução de 56 filiados. Mesmo assim, continua sendo o maior em número de militantes com 3.450.
Já o PR apresentou queda de 35 filiados, enquanto que o PDT, 28. Já o PV, que tem como presidente o ex-vereador Jessé Loures, foi o que obteve, em um ano, maior número de filiações: 93. O PSC, que desde de setembro de 2009 passou a ser presidido pelo pastor e vereador Carlos Cezar da Silva - até então a legenda tinha à frente a empresária Ivanilde Vieira, e que foi expulsa da legenda, depois de ser presa e acusada de envolvimento na Operação Pandora -, foi o que ganhou maior número de filiados: 92. “Fizemos um trabalho intenso de divulgação das ações do partido. Alguns militantes do partido do qual eu era filiado anteriormente - o PTB - vieram junto comigo para o PSC”, afirmou.
O DEM, do vereador Caldini Crespo, conta com 61 novos filiados, enquanto que o Partido dos Trabalhadores (PT), 7. Com isso, a sigla, que tinha 1.635 filiados agora tem 1.642.
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Índice baixo e análise
O índice de Sorocaba está abaixo do identificado em outras cidades de porte semelhante no interior paulista, como Ribeirão Preto, que é de 6,7% (26.378 filiados e 391.149 eleitores), e São José dos Campos, cerca de 7,7% (32.391 filiados e 420.847 eleitores). O cientista político Pedro Rocha Lemos considera baixo o porcentual de eleitores filiados a partidos em Sorocaba, bem como os índices registrados no Estado e no País todo. Explicou que os números são baixos porque muitos jovens não se interessam por política. “Os jovens estão mais participativos no que se refere a se interessar e discutir os problemas de uma cidade, Estado ou país, mas quando o assunto é militância política, esse jovens não se interessam em representar uma legenda. Há um descontentamento e uma descrença nos políticos. A maioria dos filiados hoje são antigos militantes. A renovação também inclui, sobretudo, militantes com idades entre 35 e 50 anos”, acrescentou.
O índice de Sorocaba está abaixo do identificado em outras cidades de porte semelhante no interior paulista, como Ribeirão Preto, que é de 6,7% (26.378 filiados e 391.149 eleitores), e São José dos Campos, cerca de 7,7% (32.391 filiados e 420.847 eleitores). O cientista político Pedro Rocha Lemos considera baixo o porcentual de eleitores filiados a partidos em Sorocaba, bem como os índices registrados no Estado e no País todo. Explicou que os números são baixos porque muitos jovens não se interessam por política. “Os jovens estão mais participativos no que se refere a se interessar e discutir os problemas de uma cidade, Estado ou país, mas quando o assunto é militância política, esse jovens não se interessam em representar uma legenda. Há um descontentamento e uma descrença nos políticos. A maioria dos filiados hoje são antigos militantes. A renovação também inclui, sobretudo, militantes com idades entre 35 e 50 anos”, acrescentou.
Um exemplo disso é Marcos Oliveira, de 26 anos: “me filiei a um partido em 2004. Sempre fui militante estudantil. Entrei na política pensando em discutir assuntos de interesse de uma sociedade, mas cai na real e vi que os interesse de um grupo, uma legenda, um político, prevalece. Me decepcionei e me desfiliei dois anos depois”, disse. O cientista político ressalta que “embora “baixos” os índices, aponta que os “números reais” têm valor importante numa eleição, principalmente no que se refere à definição nas urnas. “Sempre digo que esses militantes filiados, se seguirem a orientação de seus partidos, irão votar no candidato a que pertencem ou na coligação que a sigla dele estiver inserida. São votos importantes, capazes de decidir, uma eleição”, afirmou.
Jornal Cruzeiro do Sul