Por: José Carlos Triniti Fernandes -Presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores
A Avenida Paulista foi tomada pelos professores na tarde desta sexta-feira (19). Foram 60 mil educadores do estado presentes, que decidiram pela continuidade da greve, iniciada no dia 8 de março. Foi indiscutivelmente uma resposta ao governador José Serra, do PSDB, que desde o inicio tenta desqualificar o movimento, dizendo – pela parte da mídia que sempre está do seu lado -- que apenas 1% da categoria está aderindo à paralisação.
Os professores não só aprovaram a continuidade da greve como também um calendário de mobilização para os próximos dias. Haverá nova assembleia dia 26, as 15h, no Palácio dos Bandeirantes. Esperamos que Serra receba os professores, para abrir negociação no sentido de atender as suas reivindicações justas. Lembremos do episódio das policias civil e militar, em 2008, se enfrentando em praça pública. Que isso não se repita. Vamos esperar que o governador tenha aprendido a lição, pois ele foi o grande responsável por aquele triste acontecimento. Nossa torcida é para que, na sexta, dia 26, o governo do estado se prepare para receber os professores para dialogar.
Aqui em Sorocaba, pude acompanhar a assembleia em frente a sede da Apeoesp, realizada na quinta-feira (18). Participaram também o deputado estadual Hamilton Pereira e a representante do MEC, Iara Bernardi. Constatamos que a mobilização está forte e tende a aumentar, na medida em que o governo não abre negociação e aposta no desgaste do movimento. A insatisfação dos educadores com descaso dos tucanos tem efeito contrário ao que pensa Serra. A lógica correta seria reunir as partes e buscar o melhor para os professores e para a educação do estado de São Paulo. Não parece ser esta a estratégia do governador. Tanto isso é verdade que o secretario de Educação, Paulo Renato de Souza, que tinha confirmado presença na terça-feira (23), na Assembleia Legislativa, para debater a pauta apresentada pela Apeoesp, cancelou, demonstrando que diálogo não é coisa deste governo.
As principais reivindicações da categoria são: reajuste salarial imediato de 34,3%; incorporação de todas as gratificações, extensiva aos aposentados; plano de carreira justo; garantia de emprego; contra as avaliações excludentes (provão dos ACTs/avaliação de mérito); revogação das leis 1093, 1097, 1041 (lei das faltas); concurso público de caráter classificatório; contra a municipalização do ensino, contra qualquer reforma que prejudique a educação, em todos os níveis.
Nós, do Partido dos Trabalhadores de Sorocaba, temos o dever de prestar nosso apoio, nossa solidariedade e nosso compromisso com a luta dos professores. A melhoria das condições de trabalho dos educadores e da educação como um todo vai refletir diretamente na formação dos filhos, dos jovens e de toda uma geração. A hora é agora!
